No começo de março, a Motorola Mobility surpreendeu a todos com o anúncio de dois aparelhos surpreendentes: o RAZR D1 e o RAZR D3. Smartphones robustos, que já vem de fábrica com o Android 4.1, atualização garantida para a próxima versão do sistema operacional (5.0, talvez?), e preços mais que convidativos para o mercado brasileiro. O ShowMeTech já testou o RAZR D3 e o review deu o que falar. E o RAZR D1, o smartphone de entrada da nova linha RAZR? Será que ele oferece bom despenho considerando seu preço? É o que você confere agora.
APRESENTAÇÃO
O RAZR D1 vem numa compacta caixa vermelha e acompanha fone de ouvido, cabo USB, adaptador de tomada para o cabo e antena (nas versões com TV). O aparelho tem o design da série RAZR e é bem bonito – a Motorola cedeu para testes a versão branca, que é fosca e possui brilho apenas na região da câmera. Pesa 110g e mede 59x110x11mm. O corpo do aparelho é construído em plástico e alguns parafusos são dispostos ao redor das laterais. Ele aparenta ser frágil, mas acredito que o plástico tenha sido escolhido por apresentar maior resistência em termos de desgaste em comparação a materiais cromados ou que descascam. Na parte frontal, temos os botões capacitivos que seguem o padrão do Android 4 e superiores: voltar, home e alternar aplicativos. Isso significa que o botão menu (presente em tantos aparelhos), foi parar na tela, dentro dos próprios aplicativos. Ponto positivo para a Motorola! Na parte traseira, temos a câmera de 5MP, o auto-falante e a carcaça, que é a própria tampa da bateria. Além do smartphone estar disponível em duas cores – preto e branco, existem três variações do aparelho: Dual Chip, Dual Chip com TV e Single Chip com TV. A Motorola nos forneceu a versão Dual Chip com TV para análise.
HARDWARE
O RAZR D1 conta com uma tela de 3.5” LCD, processador single-core de 1GHz, 1GB de memória RAM e 4GB de memória interna total (sendo 2,30GB disponíveis para o usuário) além de slot para microSD expansível até 32GB. A câmera é de 5MP sem flash, com autofoco e tecnologias de otimização de imagem BSI (que permite que o sensor capte mais luz, mesmo em ambientes com baixa iluminosidade) e HDR (que sobrepõe a mesma foto várias vezes com níveis de exposição diferentes para criar uma imagem mais nítida).
SISTEMA OPERACIONAL
O D1 vem de fábrica com o Android 4.1.2 (Jelly Bean), dando um verdadeiro tapa na cara da concorrência que insiste em equipar os aparelhos de entrada com o obsoleto Android 2.3. Isso significa que aplicativos mais recentes como o Google Chrome e o Google Keep são totalmente compatíveis com o aparelho. O sistema operacional sofreu pouquíssimas alterações por parte da Motorola, o que mostra os primeiros reflexos da aquisição da Motorola Mobility pelo Google. A experiência do usuário é bem parecida com um aparelho Nexus ou algum aparelho rodando a versão mais atual da ROM CyanogenMod. A tela inicial padrão sofreu leves modificações e vêm com o Circle Widget, que exibe a temperatura do local e porcentagem de bateria restante. Para manter o visual do Android puro e possivelmente aproveitar melhor o espaço para as notificações expansíveis, os toggles (aqueles atalhos que vem por padrão na barra de notificações de vários aparelhos) sumiram da barra de notificações – mas não da launcher: na homescreen, basta arrastar a tela inicial para a direita e voilà! Estão todos ali. O RAZR D1 vem equipado também com um interessante recurso chamado SmartActions, que automatiza funções do aparelho, mirando na economia de energia e acertando na comodidade. Você pode definir regras baseadas na sua localização ou horário, por exemplo: ao chegar na faculdade, o aparelho entra no modo silencioso ou desativa conexões de rede. Como o Android 4.1 está presente na sua forma praticamente pura, todos os recursos exclusivos dessa versão funcionam perfeitamente, como o Google Now, as notificações expansíveis e as Smart Updates (que permitem que durante a atualização dos aplicativos, apenas a parte do código fonte alterada seja baixada – economizando tráfego de dados). Abordaremos o Project Butter mais a frente.
MULTIMÍDIA
Música O player de música padrão é o Google Play Music, que reconheceu perfeitamente as tags das músicas em .mp3 e conectou-se ao scrobbler do Last.FM automaticamente. O rádio FM tem busca automática de estações e a qualidade de reprodução é boa.
O fone de ouvido que acompanha o aparelho é idêntico ao que acompanha seu irmão mais velho, o D3 – branco e com microfone para chamadas. A qualidade do áudio é aceitável, mas os mais exigentes com certeza optarão por utilizar outro fone. Vìdeos O player nativo não reproduziu vídeos em HD (720p e 1080p) no formato MP4. Convertendo os vídeos para 480p (que é a resolução nativa do aparelho), tudo funciona normalmente. Aplicativos de streaming de vídeo e sites que oferecem esses serviços, como o Netflix e o Youtube tem desempenho excepcional.
CÂMERA
Fotografias A câmera é de 5MP, com auto foco e tecnologias BSI (que permite que a câmera capture mais luz no ambiente – e melhore a qualidade de fotos e vídeos em locais com pouca luminosidade) e HDR (sobrepondo várias fotografias com níveis de exposição diferente e criando imagens mais nítidas). O aplicativo de câmera e de galeria são os originais do Android, sem modificações. As fotografias tiradas durante o período de testes, apresentaram nitidez e cores agradáveis. É obvio que não podemos compará-lo com aparelhos hi-end, mas o resultado pode surpreender. Apenas recomendo desativar o HDR ao fotografar cenas com movimento, já que as imagens podem borrar. Confira algumas fotografias feitas com o RAZR D1:
Vídeo O aparelho grava vídeos na resolução de 720×480 pixels a 29 quadros por segundo no formato .3GP e som estéreo. Apesar da baixa resolução, nos nossos testes a qualidade dos vídeos foi mais do que satisfatória. A função toque-para-focar funciona perfeitamente durante a gravação, e o foco também muda automaticamente. Ao aproximar o aparelho de um monitor durante a gravação, por exemplo, o foco é alterado para o modo macro. Outro aspecto interessante é que durante as filmagens o aparelho ativa uma espécie de filtro de ruídos, deixando vozes em primeiro plano.
CONECTIVIDADE
O aparelho suporta 3G, HSDPA, WiFi b/g/n, e conta também com a função de Hotspot WiFi (que permite criar uma rede Wireless para compartilhamento da sua internet 3G, ou popularmente falando: função de roteador 3G). Temos Bluetooth 4.0, uma porta MicroUSB 2.0 e entrada para fone de ouvido padrão P2 (3.5mm).
LOCALIZAÇÃO E GPS
O aparelho conta com GPS e aGPS. Nos nossos testes, o aparelho se conectou em menos de um minuto aos satélites em aplicativos como o Google Maps e Foursquare. Ainda está longe do ideal, mas é basicamente o padrão para smartphones Android, infelizmente.
DESEMPENHO
Geral Um dos grandes destaques do D1. O desempenho do aparelho em todos os aspectos é excepcional – levando em consideração o valor do bichinho. A interface responde rapidamente aos comandos, as animações de troca de tela e alternância de aplicativos são rápidas e suaves. É possível abrir vários aplicativos ao mesmo tempo sem que o desempenho seja comprometido – tudo isso é reflexo do bom hardware do aparelho combinado ao Project Butter, do Google. Durante o período de testes, o RAZR D1 não apresentou nenhum travamento ou force close (momento em que algum aplicativo para de funcionar e é sugerido o fechamento a força). Games É claro que não podemos deixar de falar dos games. O bom desempenho deles, que estão cada vez mais em ascensão nos dispositivos móveis é um fator decisivo de compra para a maioria dos consumidores. E o RAZR D1 não decepciona: o bom processador e a quantidade de memória garantem desempenho acima do normal para um aparelho da categoria. Testamos Dead Trigger, Sonic IV Episode II, Temple Run II, Plants Vs. Zombies e Rayman Jungle Run. Todos eles, exceto o último que teve leve atraso no áudio (o game apresenta falhas em diversos outros dispositivos) rodaram perfeitamente, sem lags ou bugs. Esses são jogos na sua maioria pesados, que exigem bom processamento – e o D1 aguentou todos. Obviamente que jogos que exijam processamento dual core e ocupem muito espaço no aparelho (já que não é possível mover apps para a memória do cartão SD) podem não funcionar adequadamente.
TELA
Aqui serão inevitáveis comparações ao seu irmão mais velho, o RAZR D3. Apesar de brilhante, a tela não é tão sólida quanto a do D3. A impressão é de que ela é frágil. A resolução de 480×320 é pequena e compromete um pouco a qualidade de imagem. Vale lembrar também que os botões do aparelho são separados da tela, ao contrário do D3 – que possui botões virtuais.
BATERIA
O outro destaque do aparelho. Com uma bateria de 1750mAh, o aparelho aguentou entre 18 e 22 horas, alternando entre WiFi/3G ativados e dois chips ativos. A grande duração de bateria, acredito que se deve pela resolução da tela, pela grande capacidade da bateria (ela é enorme!) e pelo SmartActions, que deixei ativo durante os testes.
DUAL CHIP
Esse recurso que os brasileiros adoram funciona aqui na sua melhor forma. O aparelho identifica os dois chips, exibe seus números e permite que você dê nome a eles e associe alguma cor, para facilitar o uso. Você pode definir o chip padrão para algumas funções, como envio de SMS, ligações e transferência de dados ou pode definir qual chip será ativado ao utilizar alguma dessas funções. Mais um ponto pra Motorola.
TV
A TV analógica funciona bem em ambientes abertos (e altos), com a antena plugada. O áudio que sai dos autos faltantes é bem fiel. Obviamente, utilizar a TV analógica em locais fechados ou baixos será frustrante. Na minha belíssima cidade ainda não temos sinal de TV digital, portanto não pude testar.
VEREDITO
Se você não pode investir muito em um smartphone, mas faz questão de um aparelho com bom desempenho, o RAZR D1 é uma ótima opção. Pelo preço sugerido de R$549,00, você terá em mãos um aparelho com Android atualizado, excelente performance, dois chips e ótima duração da bateria. Interessado em comprar o aparelho? Está disponível em branco e preto.