Essa realidade não é exclusiva apenas do bitcoin, já que a queda das criptomoedas atinge também outras moedas, que registraram baixas entre 60% e 90%. O valor do Ethereum, por exemplo, até junho, havia caído 67%. Mas afinal, por que as criptomoedas estão caindo tanto? É possível que um dia elas voltem a um patamar lucrativo? Respondemos essas e outras perguntas com a ajuda de especialistas nesta matéria!
Criptomoedas de placa de vídeo em queda
Entre julho e agosto deste ano, o Ethereum Classic (ETC) apresentou uma valorização de 233%, subindo mais que o próprio Ethereum (ETH). O fenômeno se deu por conta da presunção que o ETC se tornaria a referência na indústria de mineração após o The Merge — atualização realizada pela moeda —, ganhando apoio de gigantes como Antpool. No entanto, a alteração não parece ter surtido tanto efeito, e o ETC vai perdendo valor ao longo do mês. De forma semelhante, outras criptmoedas que prometiam ser um refúgio para mineradores, como a Ergo (ERG), que até apresentou um avanço, atualmente acumula uma queda de cerca de 20%. O mesmo acontece com outras criptomoedas mineráveis por placas de vídeo, como Firo (FIRO), Grin (GRIN), Quark (QRK), Flux (FLUX), Conflux (CFX) e tantas outras. Já a ETHPoW (ETHW), além da queda também está apresentando problemas técnicos. De acordo com o site WhatToMine, nenhum minerador que paga mais que R$ 0,50 por kWh está lucrando com a mineração. Com isso, o negócio se torna pouco lucrativo para mineradores que possuem outros custos de operação, como o de eletricidade, por exemplo. Portanto, ficará no mercado de mineração apenas quem conseguir reduzir tais custos, algo difícil no Brasil. Como consequência, espera-se que as placas de vídeo inundem os mercados nos próximos dias com a desistência de muitos mineradores.
O que explica a queda das criptomoedas?
Inúmeros são os fatores que vem influenciando o mercado de cripto no mundo todo. Entre eles estão a influência direta do aumento da inflação, dos preços das commodities, da dificuldade de regulação das moedas, da guerra entre a Ucrânia e a Rússia e da ameaça de conflito em Taiwan. Apesar delas possuirem uma dinâmica própria, tais moedas estão cada vez mais ligadas ao mercado global de investimentos.
Inflação e preço de commodities
A crescente inflação, que atinge diversos países ao redor do mundo, tornando-se um problema global, é um dos fatores que fazem com que investidores busquem investimentos mais conservadores. Junta-se a isso o preço elevado das commodities. Para se ter uma ideia, a inflação dos EUA chegou a 9,1% em junho de 2022, a maior em 41 anos. Isso fez com que o Federal Reserve elevasse a taxa de juros americanos para o intervalo de 3% a 3,25% ao ano. É o maior valor desde 1994.
Guerra entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é outro fator que tem contribuído para a queda das criptomoedas. Isso acontece por conta da instabilidade geopolítica em todo o mundo e, principalmente, porque os dois países são importantes fornecedores de commodities. O diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (Abcripto), Bernardo Srur, ainda explicou que a população da região do conflito procurou as criptomoedas, massivamente, para proteger o patrimônio.
Ameaças em Taiwan
Outra influência geopolítica no preço das criptomoedas é a ameaça de conflito entre os Estados Unidos e a China, após a polêmica visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, a Taiwan. Na época, o governo chinês havia dito que a ida ao país taiwanês poderia desencadear “consequências” e alertou aos EUA para que “não brincassem com fogo”.
O futuro das criptomoedas
Especialistas indicam que, mesmo que as moedas se recuperem, isso irá levar, no mínimo, seis meses para que apresentem crescimentos constantes. Uma parte defende ainda que haverá uma recuperação do bitcoin ainda no segundo semestre de 2022. Já a outra acredita que o bitcoin não tenha uma valorização expressiva nos próximos meses. Já no caso do ethereum, a sua valorização vai depender diretamente do sucesso da sua atualização de software implementada a partir do último dia 15 de setembro. A orientação de especialistas é que os investidores mantenham a cautela e fracionem a entrada, já que 2022 ainda deve ser um ano morno. As moedas digitais já passaram por outros momentos chamados de “inverno cripto” e foram revalorizadas após períodos de correção. Veja também: Você conhece o Crypto Genius? O software é considerado por muitos o melhor para negociação de criptomoedas. Saiba como ele funciona. Fontes: WhatToMine, Time.