Durante o evento anual para desenvolvedores, WWDC 2020, a Apple divulgou boa parte dessas novidades e por isso elencamos seis que vão mudar a forma como aplicativos acessam informações pessoais armazenadas no seu iPhone, e darão mais visibilidade às práticas de privacidade – ou falta delas – dos sites que você visita.

Compartilhamento limitado de fotos com aplicativos

Um dos problemas de privacidade atuais do iOS é que, para que o usuário possa compartilhar uma foto em um aplicativo, como o WhatsApp ou Instagram, ele precisa dar ao app acesso à toda a biblioteca de fotos, mesmo que queira publicar apenas uma das imagens. A partir do iOS 14, será oferecida uma nova opção ao usuário, Selecionar Fotos…, pra que ele possa escolher apenas as fotos que deseja compartilhar, mantendo o restante da biblioteca longe do alcance do aplicativo.

Compartilhamento limitado de contatos com aplicativos

A situação descrita acima também se aplica à lista de contatos. Em um aplicativo de transporte privado, por exemplo, para dividir o custo da corrida com um amigo, você precisa dar ao app acesso à toda sua lista de contatos. Esse é um recurso que não depende de uma permissão tão abrangente, mas o iOS (e a maioria dos sistemas operacionais) não oferece ao usuário uma forma de limitá-la. É bom lembrar que, dentro de um contato, armazenamos informações sensíveis como endereços, telefones, e-mails e até a foto de pessoas com quem nos relacionamos e, uma vez compartilhadas, essas informações podem ser enviadas a terceiros sem o nosso conhecimento. No iOS 14, através da barra QuickType, que é exibida sobre o teclado padrão do iPhone, a Apple oferecerá uma alternativa ao acesso irrestrito aos contatos. No momento em que o usuário começar a digitar o nome de um conhecido dentro de um app, o QuickType automaticamente localiza e sugere o contato apropriado. Quando o usuário aceita a sugestão, somente esse contato é compartilhado com o aplicativo e os demais permanecem privados.

Localização aproximada

Diversos aplicativos hoje em dia solicitam acesso à localização dos usuários para fornecer serviços “relevantes”, mas muitas vezes esses recursos não dependem da localização exata de uma pessoa. Para aplicativos de meteorologia, por exemplo, basta saber a região ou a cidade em que o usuário se encontra para mostrar a temperatura atual e a previsão do tempo. Pensando nisso, no iOS 14, quando um app solicitar a localização do iPhone, uma nova opção permitirá que o usuário desabilite o compartilhamento da sua posição exata e envie uma apenas localização aproximada no lugar. Desenvolvedores precisarão adaptar os apps para iOS para respeitar essa decisão do usuário.

Indicador de gravação

O iOS 14 exibirá um pequeno indicador na barra de status do iPhone sempre que a câmera ou o microfone estiverem em uso por um aplicativo. É um comportamento semelhante ao dos laptops, onde uma luz costuma indicar quando a câmera embutida no aparelho está ligada. Caso o usuário esteja em dúvida sobre qual app está fazendo uso desses componentes, basta acessar a Central de Controle, que o responsável será revelado.

Alerta de acesso à área de transferência

Sempre que um texto, imagem, link ou qualquer conteúdo é copiado ou recortado no iOS, ele é enviado para a área de transferência para que possa ser colado em outro lugar. Alguns aplicativos acessam a área de transferência do iPhone para oferecer comodidades ao usuário. Por exemplo, bancos podem ler a área de transferência em busca de códigos de boletos. Assim, quando o usuário entra no app do banco, o código já está colado e o pagamento pode ser feito mais rapidamente. Porém, aplicativos mal-intencionados podem vasculhar a área de transferência em busca de dados sensíveis, como mensagens, cartões de crédito e até senhas, sem que o usuário tenha noção de que isso está acontecendo. Por isso, no iOS 14, o sistema operacional exibirá um alerta quando um app acessar a área de transferência. A mudança já está dando resultados. Desenvolvedores que testam a versão beta do iOS descobriram que apps como LinkedIn e TikTok acessam constantemente a área de transferência do aparelho, sem motivo aparente. O LinkedIn afirmou tratar-se de um bug, que será corrigido, enquanto o TikTok disse que a prática era uma medida anti-spam para evitar postagens em massa, mas que irá abandoná-la.

Relatórios de privacidade no Safari

O rastreamento é uma técnica utilizada para monitorar a navegação do usuário. Um dos objetivos mais comuns é descobrir se, após visualizar um anúncio online, você clicou, comprou ou acessou o site do anunciante. Com o tempo, essas informações são agrupadas para criar um perfil do seu consumo e exibir anúncios mais “atraentes”. Contudo, um número cada vez maior de usuários, empresas, ONGs e governos consideram essa prática obscura e invasiva, em virtude da ampla coleta de dados envolvida e a pouca transparência. O Safari é equipado com um recurso de prevenção de rastreamento desde o iOS 11, mas a partir do iOS 14 o navegador colocará à disposição dos usuários um relatório de privacidade com todos os sites acessados nos últimos 30 dias. O relatório contém uma lista com os maiores ofensores e permite que o usuário verifique quais sites tiveram o maior número de rastreadores bloqueados e quais rastreadores são mais comuns nos sites visitados. As novidades apresentadas acima estarão disponíveis no terceiro trimestre de 2020 para todos os iPhones lançados desde 2015. Para os curiosos – e corajosos – uma versão de testes será liberada para o público ainda no mês de julho. Fontes: Apple [1] [2], Input, MacMagazine, The Verge.

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