O projeto da gasolina sustentável e sintética chilena

Inaugurada em 20 de dezembro, a nova planta industrial de combustíveis ecológicos fica em Punta Arenas, localizada na região de Magallanes no Chile, e teve seu lançamento coberto pelo portal CNN Brasil. O projeto é uma parceria da Siemens Energy com a startup chilena Highly Innovative Fuels e outras empresas internacionais. O complexo industrial aproveita os fortes ventos da região para o fornecimento de energia eólica, que é capaz de gerar seis mil horas de carga máxima e sustentável para o funcionamento de todos os processos necessários para fabricação da gasolina sintética – junto da água, também parte integrante desse processo. O projeto, como um todo, é chamado de “Haru Oni”, expressão de origem nos povos indígenas da região de Punta Arenas, e significa vento forte – mostrando a importância do elemento na criação e produção do e-fuel, como André Clark, VP Sênior da Siemens Energy na América Latina, afirmando para o portal CNN Brasil que o resultado é a entrada no mercado de uma das gasolinas mais limpas do mundo.  “Esta planta é um símbolo de um desafio gigante, pois é preciso mitigar as mudanças climáticas. Isso mostra que muitas outras coisas também são possíveis”, disse Diego Pardow, ministro de energia do Chile.

A fabricação da gasolina sem pretróleo

Todo o processo de fabricação do combustível ecológico se dá a partir da eletrólise, que separa a água em oxigênio e hidrogênio na fase inicial da produção. O passo seguinte é a síntese de componentes como dióxido de carbono, para geração do metanol sintético, e por fim é a hora de refinar o produto bruto, transformando-o na gasolina sintética.  Juntando tanto o processo de fabricação quanto a utilização do combustível, o composto emite 90% CO2 a menos do que os de origem fósseis e utilizados mais comumente pela população em geral – e sua adoção ainda conta com um benefício a mais: os veículos não necessitam de adaptações para utiliza-lo, sendo um substituto sem custo adicionais para donos de carros fabricados antes do lançamento da substância sustentável.  Isso já foi comprovado através da montadora alemã Porsche, que utilizou a gasolina sem petróleo para abastecer o veículo Mobil 1 Supercup, que em seu test drive andou tanto quanto se estivesse com o combustível de origem fóssil.  Por ora, porém, o combustível ainda é limitado: na fase piloto do projeto, 750 mil litros são produzidos por ano, com a expectativa das empresas envolvidas em sua fabricação de 550 milhões de litros por ano até 2027 – o suficiente para abastecer um milhão de veículos por cerca de 12 meses. Para números ainda mais expressivos, criação de outras plantas de produção serão necessárias, e para André Clark, o nordeste brasileiro pode ser um dos locais perfeitos para essa prática – já que a qualidade do vento na região é bem parecida com o encontrado em Punta Arenas, tornando o Brasil, no futuro, uma importante peça nesse mundo.  De qualquer forma, o futuro da gasolina sem petróleo parece promissor – vejamos como o mercado e as grandes petroleiras irão reagir ao combustível sustentável nos próximos anos, com o mercado sendo mais competitivo. Fonte: CNN Brasil, Siemens, Porsche Veja também Gasolina ou etanol? App mostra qual combustível é mais vantajoso

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