Em 2016, a GoPro adquiriu dois aplicativos de edição de vídeo e, trabalhando na otimização deles, lançou no mesmo ano o Quik e o Splice – o primeiro ajudava a facilitar a edição no celular, com poucos passos e a ajuda de algoritmos, enquanto o segundo era para edições mais profundas e específicas. Apesar de terem ficado por muito tempo sem muitas novidades ou atualizações da empresa, os aplicativos perseveraram bem – a base de usuários ativos do Quik estava em oito milhões até antes da reformulação. Woodman conta que há mais ou menos um ano e meio — ou seja, no início de 2020, enquanto pensavam em mais funcionalidades para o serviço de assinatura GoPro Plus — começou a perceber haver muito mais a ser feito com as ferramentas que a GoPro tinha em mãos. O CEO lembra que a ideia veio do Mural, ferramenta do Quik que mostra um feed das imagens e vídeos que você tem no celular, mas com uma seleção feita por algoritmo para separar os itens por local, tema, similaridade, etc. Ele diz que, em aplicativos como o Instagram, as pessoas postam suas fotos e vídeos como uma forma de mostrar o que podem fazer e numa tentativa de não perdê-las no meio do rolo da câmera — porém, aponta, esse não é o objetivo principal da ferramenta. Na visão de Woodman, postar seu conteúdo pessoal numa rede social apenas para não perdê-lo é ineficiente, já que envolve perda de qualidade, fica sujeito às pressões sociais de estar deixando algo público, entre muitas outras coisas. O Mural é algo mais pessoal e é uma forma de criar uma biblioteca mais organizada e útil das suas próprias recordações, filmagens e quaisquer tipos de registro. O Quik já trazia isso e mais coisas, mas faltava algo. Durante a reformulação do Quik, a ideia da empresa era trazer muitas ferramentas para um só aplicativo, mas quais ferramentas seriam úteis para todos os usuários, mesmo os que não tivessem uma GoPro? Bem, tudo o que já estava sendo feito para os próprios serviços que vinham sendo trabalhados para uma Assinatura GoPro. Foi aí que veio o estalo: por que não deixar isso disponível para todos? Woodman reconhece que já havia ferramentas de gerenciamento de biblioteca, de edição e de armazenamento, mas nenhuma delas unificava todos esses serviços em uma só plataforma. Pensando nisso e em como algo assim nunca houvesse sido feito, a empresa abraçou a oportunidade com vigor. Um serviço de assinatura, então, pareceu ser a melhor maneira de providenciar ferramentas úteis aos usuários, juntando o serviço que já era providenciado pelas câmeras com serviços diferentes, como os programas de edição e gerenciamento de biblioteca, que não eram necessariamente ligados antes. A ideia da plataforma, segundo Woodman, é encontrar o usuário no meio-termo entre o profissional e o entusiasta amador, sem descartar as ferramentas mais complexas. Os programas padrões dos celulares e aparelhos são muito simples para edições mais completas, e aplicativos e serviços high-end, como os da Adobe, são caros e muito complexos para o usuário comum. Já a ideia para o Quik é fornecer ferramentas profissionais, mas de forma acessível ao usuário cujo interesse em editar está surgindo ou despertando, tendo a chance de experimentar e aprender mais com a plataforma — e para quem edita profissionalmente, tudo o que é preciso para editar a fundo está lá também. Para o futuro, o plano é ir melhorando e adequando o aplicativo às necessidades do usuário, segundo o próprio CEO — ficando cada vez mais próximo do que o consumidor quer de um aplicativo de edição, gerenciamento e armazenamento, ao invés das ideias que a empresa tem sobre o serviço. A ênfase no cliente é grande. Além disso, o aplicativo desktop do Quik, que também estava há um certo tempo sem suporte e no momento sequer está no site da marca para download, está passando por uma reformulação para se adequar melhor à experiência moderna da GoPro e do aplicativo Quik para celular — inclusive para permitir intercambiar conteúdo entre os dispositivos e continuar a edição de um para o outro, por exemplo. Woodman comenta estar animado com esse futuro e as novidades que vem a seguir. E trazer isso numa assinatura com mensalidade ou anuidade incentiva o usuário ao uso e a empresa a melhorar o sistema cada vez mais. Além disso, o valor é ridiculamente barato, quase simbólico: R$ 37,99 por ano, ou R$ 7,50 por mês. O próprio Woodman comentou que o objetivo realmente seria fazer um serviço tão barato que seria impossível não assinar. Mesmo assim, há uma versão gratuita para quem está a fim de testar e checar os recursos do Quik, com importações de fotos e vídeos para o mural limitadas — só é possível criar quatro murais, por exemplo, mas com fotos ilimitadas dentro destes quatro — e algumas limitações em recursos e ferramentas de edição. Para quem tem uma GoPro, o aplicativo também permite que o celular seja utilizado como um controle remoto para a câmera. O serviço de assinatura, anteriormente chamado de GoPro Plus e agora apenas de Assinatura GoPro, é mais voltado para quem já tem ou planeja adquirir hardware da empresa, mas também vem com diversas vantagens de software que valem a pena em termos de utilidade: para começar, ele vem com todas as vantagens inclusas na assinatura do Quik, o que já é um grande mérito por si só. A Assinatura GoPro fica por R$ 159,90 ao ano ou R$ 15,90 ao mês, o que ainda é bem barato em relação a outros serviços de edição somente. Além disso, há armazenamento ilimitado na nuvem, e você pode enviar os arquivos da sua GoPro, do aplicativo Quik ou pela web. Há também a possibilidade de fazer livestreams através da sua GoPro, em uma plataforma própria, compartilhando o link com todos que você gostaria que assistissem — sem necessidade de ter assinantes ou qualquer coisa do tipo, apenas ligar a câmera e transmitir. Sem a assinatura, até é possível fazer lives, mas em outros lugares e sem a mesma qualidade (nativa) da plataforma da GoPro, comenta Woodman. As vantagens mais incríveis, no entanto, são os descontos e a garantia. Quem assina a Assinatura GoPro tem até 50% de desconto em diversos itens da loja GoPro, como módulos, suportes, mochilas e equipamentos de segurança; além de um desconto de US$ 100 na câmera MAX e US$ 50 na HERO9 (na compra de até três câmeras por ano) — O CEO comenta que só isso já faria a assinatura valer. Já a garantia diz que, no caso de você avariar a sua câmera acima de qualquer conserto, a empresa troca ela por uma nova para você sem fazer perguntas — dada a natureza de uso comum às câmeras GoPro –, até duas trocas por ano. Perguntado sobre mais alguma novidade futura sobre a qual poderia falar, Nicholas Woodman infelizmente disse que não pode comentar sobre nada por enquanto, mas faz uma promessa ousada: O CEO disse que seremos surpreendidos em breve, e não ficaremos desapontados — o plano é fazer grandes coisas a cada ano, como marca registrada da empresa. Por enquanto, já é bem interessante termos esta mudança de foco para software e serviços — o Quik por assinatura foi o primeiro lançamento da empresa não direcionado especificamente às câmeras GoPro –, o que é positivo para todos, tanto para a empresa quanto para os usuários. Ficamos no aguardo e de olho nos lançamentos futuros, que esperamos ser tão empolgantes quanto os últimos. O aplicativo Quik está disponível tanto para iOS quanto Android. Também temos uma análise aprofundada do aplicativo Quik aqui no Showmetech, confira!

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