O anúncio reacendeu, mais uma vez, um assunto cada vez mais discutido nos últimos anos: a gravidez tardia. É fato que, cada vez mais, mulheres têm optado em demorar para ter filhos, algo bastante diferente do que o observado no passado. Mas, afinal de contas, até que idade a mulher pode engravidar? E quais são os cuidados e riscos da gravidez tardia que precisam ser pensados previamente antes de se tomar essa decisão? O Showmetech esclarece essas e outras dúvidas para você! Assista a este conteúdo em formato de vídeo no nosso canal ou siga lendo a matéria aqui mesmo:
Existe hora certa de engravidar?
Antes de falar sobre até que idade a mulher pode engravidar, é importante observar outro dilema vivido pelas mulheres: o da hora certa de ser mãe. Não é difícil imaginar que as exigências da biologia e as pressões da vida em sociedade causam um grande conflito quanto o assunto é maternidade. Isso porque o corpo pede, para o bem da mãe e do bebê, que a gravidez aconteça quando a mulher ainda é jovem, de preferência até os 35 anos. No entanto, o sistema social colabora cada vez menos para isso: terminam-se os estudos mais tarde, é preciso cuidar primeiro da carreira… Enfim, uma série de empecilhos que colaboram para uma gravidez cada vez mais tardia. Com isso, nós temos mulheres que vivem entre a ânsia de alcançar metas e ambições, por um lado, e o tique-taque ensurdecedor do que parece ser uma contagem regressiva, do outro. E esse conflito tem atingido em cheio as mulheres brasileiras, uma vez que elas esperam cada vez mais para ter filhos, uma realidade bastante diferente da que tínhamos no país no século XX. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30,9% dos nascimentos concentravam-se em mães de 20 a 24 anos em 2005. Dez anos depois, o percentual nessa faixa etária recuou para 25,1%. Enquanto isso, na faixa dos 30 aos 39 anos, o índice pulou de 22,5% para 30,8%. Um outro levantamento, publicado em 2014, apontou que, entre as mulheres mais instruídas, com 12 ou mais anos de estudo, quase metade só tinha o primeiro filho após os 30 anos. Mas, afinal de contas, essa história de relógio biológico para engravidar existe mesmo? A ciência diz que sim, e quem trata do assunto é a cronobiologia, a ciência que estuda os fenômenos biológicos que ocorrem com uma periodicidade determinada. Assim como temos um relógio biológico que dita o sono, a entrada da puberdade, o processo reprodutivo do corpo feminino e a menopausa, também há outro que interfere na gravidez. No entanto, esse relógio biológico nada tem a ver com o desejo das mulheres em serem mães, já que não existem mudanças hormonais que possam estimular o aumento de um possível desejo pela maternidade. Quando falamos em “melhor momento para ser mãe” estamos nos referindo ao momento mais adequado sob o ponto de vista biológico, um período em que o corpo é mais propício a gerar um novo ser com mais segurança e menos chances de complicação. Mas e quando seria a hora certa de engravidar? Do ponto de vista biológico, especialistas afirmam que a melhor idade para engravidar estaria entre os 24 e 27 anos, altura em que há menos problemas de saúde e a pessoa tem mais resistência. Embora o corpo da mulher esteja preparado para uma gravidez, esta é uma sobrecarga para o organismo, portanto se for mais nova terá melhores condições. Além disso, outro fator é o risco de doenças genéticas, que é menor nessa faixa de idade.
E após os 30, quais são os riscos e cuidados na gravidez?
Os problemas de se engravidar após os 30 anos são variados. Um deles tem a ver com a perda de fertilidade. Até os 30 anos, a chance de uma mulher engravidar no mês, se estiver tentando, é de 25%. Depois dos 40 anos, o índice cai para apenas 10%. E no caso da mulher conseguir engravidar, surge outro problema: os riscos para a saúde do feto. Em mulheres mais maduras, as chances da criança ter doenças genéticas são muito maiores do que em mulheres mais jovens. A mais comum delas, segundo estudos, é a síndrome de Down. Para se ter uma ideia, no caso de uma mulher de 25 anos, a probabilidade de um bebê nascer com Down é de uma em uma mil. Se essa mesma mulher engravidar aos 45, a chance é de uma em 30. Outro problema está relacionado diretamente à saúde da paciente. Na faixa dos 40 anos, por exemplo, doenças como hipertensão arterial ou diabetes tornam-se mais comuns, o que é um complicador para a gestação. Além disso, por ter tido mais tempo de exposição a relações sexuais, as chances de se ter adquirido alguma IST é muito maior do que se for considerar uma mulher mais jovem. Obviamente, o fator proteção e nível de instrução sexual fazem toda a diferença aqui. No entanto, é importante destacar que a reprodução assistida, opção almejada por mulheres que decidem postergar a maternidade, pode ser uma técnica para driblar a perda de fertilidade que ocorre com o passar dos anos, dando a mulher uma nova esperança. “A reprodução assistida não vai corrigir o problema da perda da fertilidade natural, mas vai permitir a gravidez em idade mais avançada”, ressalta o ginecologista especializado em reprodução assistida e chefe do Laboratório de Reprodução da Unicamp, Rogério Leão. Os tratamentos de reprodução humana são indicados tanto para casais com dificuldades de conseguir a gravidez assim como para mulheres ou homens sem parceiro sexual, uniões homoafetivas que desejam ter filhos e famílias com doenças preexistentes, além de criopreservação de gametas (congelamento de óvulos). Outra justificativa comum para adiar a gravidez é que, no futuro, a vida estará mais organizada e tranquila, com condições ideais para acolher um filho. Pode ser que o tempo passe e esse momento perfeito nunca chegue. Por isso, não deixe que as dificuldades do cotidiano atrasem tanto o seu desejo de ser mãe. Obviamente, uma vida saudável e estável é importante, mas a perfeita harmonia entre esses dois lados da moeda nem sempre irão existir. Os especialistas ainda alertam que, caso uma gravidez seja iniciada após os 35 anos, é preciso um acompanhamento mais de perto por um profissional capaz de ajudar a gestante, bem como mudanças mais rígidas no estilo de vida da mulher, a fim de assegurar a saúde do bebê e de si mesma.
Até que idade a mulher pode engravidar?
E após elucidar todas essas questões, chegamos a pergunta que talvez seja aquela que você procura dentro dessa matéria: até que idade a mulher engravida? A resposta é simples: quando se trata de gravidez natural, não existe uma idade máxima para engravidar. No Guinness Book, por exemplo, esse recorde pertence a uma chinesa, que deu à luz aos 67 anos, em 2019. Já com a ajuda das técnicas de reprodução assistida, o recorde pertence a uma indiana de 70 anos. Ela deu à luz a sua primeira filha em 2021, graças a um tratamento de fertilização in vitro (FIV). Neste caso, a idade máxima para engravidar é uma resposta individualizada, que vai variar de paciente para paciente. No entanto, é preciso ter em mente que, como já dito anteriormente, a partir dos 37 anos, os riscos associados à gestação aumentam consideravelmente — e continuam evoluindo com o passar da idade, principalmente se considerarmos a alta incidências de doenças como problemas de tireoide, hipertensão arterial, diabetes gestacional, hemorragias, abortos espontâneos, partos prematuros, bem como outras dificuldades tão comuns nessa faixa de idade. Caso esteja nessa faixa etária mais avançada e queira ser mãe, procure um médico especialista no assunto, como o obstetra, para tirar todas as suas dúvidas e definir o melhor caminho para atingir o seu sonho. Tenha em mente que pode não ser fácil, mas com a ajuda de bons profissionais, a estrada será mais tranquila e segura. Este conteúdo também está no nosso canal do YouTube! Veja também E se você está pensando em uma possível gravidez, saiba que será preciso adotar uma vida mais saudável, tá? Por isso, separamos 12 apps fitness que podem te ajudar a dar uma melhor qualidade de vida para você! Fontes: GZH, O Globo, YouGov.