A pesquisa contou com a participação de 1.504 funcionários. Além das big techs, foram ouvidos colaboradores de empresas de tecnologia menores. Foram levantados temas como tendências do mercado, regulamentação do uso de inteligência artificial (IA), entre outros. A opinião dos trabalhadores de tecnologia sobre a reforma da Seção 230 também foi levantada pelo Protocol. A seguir, confira todos os resultados da pesquisa.
Opinião dos trabalhadores de tecnologia sobre a reforma da Seção 230
A Seção 230, parte da Lei Communications Decency Act (Decência nas Comunicações), vigora nos Estados Unidos desde 1996. A Seção 230 afirma que provedores de serviço na internet, incluindo as redes sociais e sites com comentários abertos ao público, não podem atuar como moderadores de conteúdos publicados pelos usuários. Porém uma emenda aprovada em 2018, permite que as plataformas online possam moderar publicações que contenham conteúdos pirateados ou de cunho pornográfico. Essa emenda acaba garantindo uma proteção legal para que big techs como Facebook, Twitter, entre outras, possam remover ou sinalizar postagens ofensivas, que estejam em desacordo com as políticas internas de cada plataforma ou de incitação à violência, por exemplo. Mas muitas pessoas, inclusive, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump argumentam que a Seção 230 original lhes confere direito de postar o que desejarem nas redes sociais ou em comentários de sites, desde que não seja nada ilegal. Donald Trump acusa, sobretudo, as redes sociais de atuarem como moderadores, silenciando discursos conservadores de suas plataformas. Em 2020, ainda durante o governo de Trump, foram iniciadas diversas investigações antitruste contra big techs do Vale do Silício. Donald Trump alegou que era preciso dar um basta no monopólio da indústria de tecnologia, permitindo uma concorrência mais justa e igualitária. O próprio Trump teve a conta no Twitter suspensa este ano, depois que manifestantes favoráveis ao ex-presidente invadiram o Capitólio. Por outro lado, as big techs defendem que uma reforma visando eliminar a moderação das plataformas sobre os conteúdos publicados por terceiros poderiam resultar em uma dificuldade maior para evitar a divulgação de fake news (notícias falsas) e evitar a disseminação de discursos de ódio. Diante desse impasse, o Protocol decidiu ouvir a opinião dos trabalhadores de tecnologia sobre a reforma da Seção 230. Somente 62% dos entrevistados conhecem a Seção 230 e a maioria acredita que a Lei precisa ser reformada, mas não sabem como essa mudança deve ser feita. Além disso, 65% dos colaboradores concordam que “as empresas de tecnologia não devem ser responsabilizadas pelo conteúdo de seus sites e produtos, enquanto 23% discordam totalmente”.
Tendências do mercado de trabalho e poder das big techs
Quando o assunto são as tendências do mercado de trabalho, 78% dos funcionários entrevistados concordam que as empresas de tecnologia são muito poderosas. Sobre os impactos negativos da tecnologia, 40% acredita que a indústria é nociva, enquanto 45% dos funcionários discordam e acreditam que as empresas se preocupam com os impactos negativos que a tecnologia está causando.
Regular o uso de inteligência artificial e a China
O governo do atual presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que pretende investir pesado em inteligência artificial. Para 73% dos entrevistados, é preciso regulamentar o uso de IA, “estabelecendo parâmetros sobre como o governo e entidades privadas podem usar a tecnologia”. Além disso, existe uma preocupação em relação a preconceitos, já que a falta de regulamentação pode acabar permitindo que preconceitos “do mundo real” sejam replicados nos algoritmos IA. Já em relação às big techs chinesas, 56% dos funcionários ouvidos afirmaram que as restrições impostas durante o governo de Donald Trump precisam acabar. As empresas de tecnologia da China sofreram duras sanções comerciais no governo de Trump, como o TikTok que foi banido dos Estados Unidos. Além disso, 60% acreditam que as empresas de tecnologia da China e dos EUA precisam trabalhar “mais estreitamente”. Fonte: Protocol; Business Insider