O começo da história do Android
Pensando em melhorar o funcionamento de celulares lá em 2003, Rich Miner, Nick Sears, Chris White e Andy Rubin fundaram a Android Inc, iniciando a história do sistema. Durante os próximos dois anos, a empresa iria flertar em desenvolver celulares (os aparelhos mesmo) que fossem mais inteligentes e sistemas operacionais para as câmeras digitais da época. Porém, já naquela época as câmeras estariam começando a cair em vendas, tornando o investimento de desenvolver algo para elas um tanto quanto arriscado. Avaliando todo o mercado e como poder crescer em toda aquela situação, a empresa acabou por decidir abandonar seus focos iniciais e desenvolver sistemas operacionais para celulares, sem produção própria de aparelhos. A grande guinada e o começo da história do Android que conhecemos iria chegar em 2005, quando o Google comprou a empresa por 50 milhões de dólares. Sobre o teto do Google, decisões importantíssimas e que são características do sistema que conhecemos hoje em dia seriam tomadas, sendo a principal que o OS seria desenvolvido usando o Linux como base — tornando o foco da venda do sistema os seus programas, hoje em dia conhecidos como aplicativos.
Os emuladores na história do Android
Em novembro de 2007, dois anos depois da empresa ser adquirida pelo Google, o anúncio oficial do Android veio. Em janeiro do mesmo ano, o iPhone tinha sido revelado, fazendo que segundo informações o projeto original do Android fosse deixado de lado para fazer algo que pudesse competir melhor com o aparelho e sistema da Apple. A primeira versão do Android viria alguns dias depois do anúncio, mas somente disponível em emuladores. Sua interface contava com um teclado QWERTY obrigatório, quatro botões de navegação em vez dos três comuns hoje em dia e nenhum aplicativo do Google disponível. Essa versão, versionada como Android 0.5 e tendo o nome de Milestone 3, foi substituída em março de 2008, quando o Milestone 5 foi lançado. Quando você procura informações do Milestone 5 na Internet, o que mais aparece são imagens de interfaces completamente diferentes do que estamos acostumados para o Android. É especialmente notável quando ao falarmos da versão anterior é bem fácil de achar semelhanças com o OS disponível nos tempos atuais. Acabou que o M5 foi muito mais uma época de experimentos que acabaram não indo pra frente. Foi substituído seis meses depois, em Agosto de 2008, pelo Android 0.9 – Beta. Do Beta para a primeira versão pública 1.0, poucas coisas mudariam. Já estava bem estabelecido o que e como o Android executaria suas ações. As principais adições que o lançamento público do sistema teve foi a adição dos apps do Google (Maps, Gmail e tantos outros que conhecemos tão bem) e o Android Market, a “loja” de aplicativos que, naquele momento, não permitia ainda a cobrança por parte dos desenvolvedores pelos programas colocados lá. Porém, ele ainda contava com uma limitação física enorme para qualquer aparelho que fosse usá-lo: a necessidade de um teclado físico. O primeiro celular com Android integrado de fábrica foi lançado nessa época também, o HTC Dream.
Android e sua história cheia de doces
Em Abril de 2009 o Android 1.5 – Cupcake seria lançado, trazendo os nomes de doce para representar o versionamento além do número. Com a alcunha de “Cupcake”, a limitação citada no final da sessão anterior foi finalmente removida com a introdução do teclado virtual. Foi também no Cupcake que as versões do Android com características de interface diferentes dependendo da fabricante do celular começaram a aparecer — algo que até hoje é extremamente comum nos variados aparelhos presentes no mercado. A próxima atualização do OS seria a Android 1.6 – Donut, lançada em Setembro de 2009. Nessa versão, a história do Android ganhou suporte a operadoras que usassem conexões CMDA, tornando possível o uso do sistema no mundo inteiro. Foi no Donut também que a barra de ferramentas apareceu pela primeira vez, dando acesso e controle muito mais intuitivo a coisas como Wi-Fi, Bluetooth e GPS. Inegavelmente, o Donut foi uma boa atualização nos quarenta e um dias em que ficou sendo a versão mais atual do sistema, mas não deixa de parecer uma atualização desnecessária tendo em vista que depois dessa quantidade de dias o Android 2.0 –Eclair. O nome chique para o doce chamado aqui no Brasil de “Bomba de Chocolate” trouxe para a história do Android uma conexão bem maior com o GPS e o Google Maps e um aplicativo do Facebook que integrava seus contatos no celular com os amigos na rede social. Foi no Eclair que o primeiro Samsung Galaxy S foi lançado, começando a longa história da gigante coreana com o sistema operacional do Google e sendo o primeiro sucesso de vendas do Android. A época totalmente conectada começava a chegar e o Android estava se preparando bem, o que ficou mais evidente em sua versão Android 2.2 – Froyo (de Frozen Yogurt). Com a adição da função de rotear conexão para outros aparelhos e com o navegador nativo começando a ter certas funções do Google Chrome, cada vez mais o sistema operacional virava uma força capaz de competir com o monstruoso iPhone. Foi o Froyo também o primeiro Android a ser integrado de fábrica em um tablet, nesse caso o Samsung Galaxy Tab. Após o sistema cada vez mais contar com alterações das empresas que fabricavam os smartphones, ainda em 2010 o Google lançou seu primeiro smartphone com Android “puro”, ou seja, sem alteraçãos de sistema por conta da marca: o Nexus One. Na época o celular foi bem recebido, embora muitos não viam vantagem no uso do Android puro por conta das capacidades de celulares sem eles serem maiores.
Do 3.0 ao 4.4: a história do Android chega na casa de todos
As versões 3.0 e 4.0 do sistema operacional foram lançadas em 2010 e 2011. A Android 3.0 – Gingerbread, trouxe as funções de NFC para o Android, enquanto a 4.0 foi uma versão feita com foco em tablets em uma época que o iPad começou a aparecer. Nenhum desses dois foi considerado grandes passos para o OS, mas acabou que as principais características das duas versões foram implementadas no Android 4.0 – Ice Cream Sandwich. Para entender o Ice Cream Sandwich, precisamos primeiro ter em mente que na época estava bem mais fácil desenvolver sistemas “separados” para tablets e smartphones do que unir ambos em uma só release. Com o advento dos gadgets de mesa, o Android desenvolveu duas versões separadas de sua atualização Android 4.0 – Honeycomb, focada mais em tablets, e a Android 4.0 – Ice Cream Sandwich, com uso em celulares mas com todas as funções implementadas em sua irmã. Foi nessa versão para os smartphones que o Android começou a se popularizar mais, com suas funções de gesto e permitindo acesso às informações de gasto de rede. Em 2012 a versão Android 4.1- Jelly Bean seria lançada. O Google Now e o Google Chrome ganham suporte nativo do sistema para atuar, sendo incluídos nos celulares de fábrica. As notificações ganham botões de ação, permitindo que você responda mais rápido e sem precisar acessar os aplicativos. 2013 contou com a chegada do Android 4.4 – KitKat. Foi por volta dessa época que empresas nacionais, como a Gradiente, Positivo, Quantum, Multilaser e Philco começaram a produção de celulares nacionais com o Android, sendo que a polêmica e disputa judicial da Gradiente com a Apple data dessa época, com a produção de um “iPhone” que rodava o sistema do Google no Brasil. Em uma parceria de marketing com a Nestlé, o sistema acabou tendo um nome extremamente atraente, porém foi uma das atualizações do Android com menos novidades, pelo menos a nível de interface. Internamente, o KitKat otimizou o OS, permitindo ele rodar muito bem em aparelhos com memória RAM baixíssima. O KitKat também marcaria a última aparição da mudança de nome do Android em uma versão de número quebrada.
Android 5.0 até o Android 10.0 – a história do Android moderno
2014 chegou e com ele o Android chegou em sua versão Android 5.0 Lollipop. Fazendo uso de efeitos de luz e sombras variados, o sistema teve uma revisão de visual que não se via desde as versões milestone, lá em 2007. Adicionando suporte a Dual-Sim, os famosos celulares de dois chips puderam começar a fazer uso do OS do Google também. No ano seguinte, foi a hora do Android 6.0 Marshmallow, que começou a mudança de boa parte do Hardware que fazia uso do Android para a entrada USB-C e o uso de biometria como segurança nos aparelhos. No ano das Olimpíadas do Rio, 2016, o Android 7.0 – Nougat foi lançado. Sua principal característica foi o suporte para a divisão de telas, aproveitando-se do crescente mercado de aparelhos com telas enormes e tornando o sistema otimizado para multitarefas. 2017 nos apresentou o Android 8.0 – Oreo, sendo a segunda vez que o sistema tinha um nome associado com outra marca. Oreo nos deu o modo picture-in-picture, ou imagem-sobre-imagem em tradução livre, que permite você ficar com um app aberto ocupando uma pequena parte da tela enquanto usa outro. Depois de nove anos, em 2018, os três botões de navegação do sistema foram substituídos por um único botão “Home” na versão Android 9.0 – Pie. Se tornando um tanto quanto mais minimalista, dependendo de diferentes cliques ou gestos no botão Home para uso de variadas funções, a atualização também apresentou uma otimização no uso da bateria, fazendo uso de previsões para ver o que seria usado no sistema pelo usuário em determinado momento. A comemoração dos 10 anos chegou em 2019, com o Android 10. Marcando esse momento, o logo do sistema mudou e os famosos nomes de doces nas versões foram deixados no passado. A décima versão do OS introduziu o modo noturno geral para todos os apps e abas do sistema, e também veio otimizado para os celulares dobráveis que até hoje prometem ser a próxima evolução em termos de hardware.
Android 11 e a história do Android até aqui
Em 8 de setembro foi lançado para o público o Android 11, sendo a versão mais atual do sistema. Entre as várias novidades, destaca-se a função agora nativa do sistema de gravar a tela do aparelho e o agrupamento de todas as notificações de aplicativos de mensagem em uma só aba, chamada de “Conversas”. Nesses anos todos, a história do Android passou por várias fases, saindo de um sistema extremamente inferior aos competidores para um dos grandes bastiões da indústria de gadgets. Mais de bilhões de aparelhos fazem uso do sistema da gigante Google, é sem dúvidas os 50 milhões que a empresa pagou 15 anos atrás para adquirir o sistema compensaram e muito. As atualizações são constantes, os aparelhos cada vez melhores e, sem dúvidas, não podemos falar da nossa sociedade moderna sem indiretamente referenciar esse OS que até pouco tempo se vendia com nome de doce. Fontes: Android Authority, ArsTechnica, MakeUseOf